segunda-feira, 9 de maio de 2011
Tatuí Gigante - Será real ?
Circula entre funcionários da Petrobras um e-mail interno com o título ''tatuí extragrande'', e os seguintes dizeres: encontrado pelo ROV (robô) da Petrobras a 1.680 metros de profundidade, na bacia de Campos. O email começou a ser repassado há um tempo atrás e mostra duas fotografias de supostos funcionários com o curioso animal. Numa delas, o bicho aparece cobrindo um fichário da empresa de aproximadamente 30 centímetros. Embora não tenha confirmado oficialmente a captura do bichinho, a Petrobras é a única na região com tecnologia capaz de chegar ao seu habitat natural: mais de mil metros de profundidade.
A informação é da bióloga Cristina de Matos, professora do Departamento de Zoologia da UFRJ, e especialista em carcinologia (ramo da zoologia que estuda os crustáceos). Cristina ensina ainda que o animal está longe de ser um tatuí. Trata-se de um bathynomus, cuja espécie não pôde ser identificada através das fotos. Mais próximo do animal é a barata-da-praia, descendente da mesma ordem que ele: isópoda. Já o tatuí é um decápoda, uma família mais distante. A professora, que guarda em sua coleção pessoal um exemplar do animal, espantou-se com o tamanho do bicho, que considerou bastante grande em relação aos que já havia visto.
- O bathynomus é muito comum em águas profundas. Ele pode chegar, em média, a 35 centímetros e pesar aproximadamente um quilo. Pela sua estrutura diria que é um macho, bem grande por sinal - avalia a bióloga, ao examinar as duas fotos digitais.
Este gênero de isópoda é um predador que se alimenta de peixes e outros crustáceos encontrados no fundo do oceano. De acordo com a especialista, a frota pesqueira brasileira não trabalha em tais níveis de profundidade, por isso ele é um animal tão desconhecido do público.
Porém, de acordo com Cristina, um projeto da Petrobras em parceria com a universidade vem transferindo novos exemplares ao Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, onde podem ser vistos animais como este, além de peixes ''muito estranhos'', nas palavras da bióloga.
Cristina diz ainda que, no Japão, onde se pesca em profundidade, este tipo de crustáceo é normalmente consumido, bem como lagostas e camarões bastante diferentes dos que conhecemos por aqui.
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